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quinta-feira, 13 de março de 2014

Vereador pede exoneração de assessora de imprensa por ela “não acreditar em Deus”

Vereador pede exoneração de assessora de imprensa por ela “não acreditar em Deus”
Na última semana, o vereador Alex Dotti (PMDB) iniciou uma polêmica na cidade de Antônio Prado (RS) por pedir a exoneração da assessora de imprensa da Câmara dos Vereadores da cidade, a jornalista Renata Helena Ghiggi, de 33 anos, por ela “não acreditar em Deus”.
Em seu pedido, feito em pronunciamento durante a primeira sessão do ano, no dia 4 de fevereiro, Dotti defendeu que a assessora da Casa fosse demitida, apresentado o fato de Renata ser ateia como o principal motivo para o pedido. O caso veio à tona no início dessa semana.
- Numa cidade onde todos nós fomos eleitos com mais de 98% dos votos, a maioria tem uma religião e acredita em Deus, eu acredito que não pega bem e acho que é muito errado pronunciar-se contra Deus. (…) Eu peço a exoneração da Assessora de Imprensa e a troca urgente, porque a Câmara de Vereadores e a cidade de Antônio Prado é uma cidade de fé – afirmou o vereador durante a sessão em que pediu a exoneração da assessora de imprensa.
De acordo com o G1, Alex Dotti afirma que decidiu se pronunciar pela demissão de Renata Ghiggi porque a população da cidade teria ficado indignada por ela ter retirado um crucifixo do plenário durante uma atividade com crianças no final do ano passado, e também devido a uma postagem feita por ela em seu perfil no Facebook, quando ela criticou um programa de TV que atribuía a Deus a sobrevivência de pessoas em um acidente.
De acordo com Renata, sua publicação na rede social motivou comentários agressivos do vereador.
- Coloquei um questionamento porque vi um apresentador dizendo que Deus salvou fulaninho do acidente, aí eu questionei por que Deus não evitou todo o acidente? Pessoas do meu círculo de amizade, católicos e gente de outra religião começaram um debate de super alto nível, pessoas com conhecimento do que estavam falando. Eis que o vereador entrou rachando na discussão, baixou o nível, ofendeu meus amigos, minha irmã que é católica, xingou alguns, mostrou os seus preconceitos – relata a assessora de imprensa, que se diz “chocada” com a manifestação e afirma que a defesa do ateísmo é um assunto pessoal.
- Quando aconteceu, fiquei chocada, pois não esperava que ele fosse levantar isso numa sessão – completou.
Diante do caso, a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) iniciou uma representação no Ministério Público (MP) contra o vereador por crime de discriminação religiosa. O MP ainda não se manifestou sobre a representação.
Ao se pronunciar sobre o caso, o vereador afirma que seu pedido não foi um ato de preconceito e diz ter se sentido ofendido pela postura adotada pela assessora de imprensa.
- Mantenho meu posicionamento, porque acho que ela me ofendeu e eu não ofendi em nada ela – disse.
O pedido feito pelo vereador ficou registrado na ata 729/2014. Apesar da polêmica, o pedido foi negado pela mesa diretora e o presidente da Câmara, o vereador Valdicir Viali (PTB) já anunciou que a possibilidade de exoneração está descartada.
- Não deveria nem acontecer esse tipo de situação. Briga por religião, cor de pele, no século em que nós vivemos – afirmou Viali, que foi quem indicou Renata para o cargo.

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